Desrespeito aos direitos humanos como possível elo entre China e Rússia

A visita à China da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, destacou como Pequim entende o respeito aos direitos humanos e civis. A ocasião foi a viagem para tentar averiguar o tratamento recebido pela etnia uigures, minoria chinesa de fé muçulmana, que está sendo reeducada pelas autoridades chinesas. A apuração dos fatos ocorreu devido a repetidas denúncias de organizações não governamentais, que relataram repetidos episódios de violência e opressão por parte das forças policiais; em particular, houve relatos de repressão envolvendo numerosas pessoas encarceradas, incluindo crianças. O regime prisional é marcado por uma dureza sem precedentes, que inclui violência psicológica e física, que muitas vezes leva à morte de pessoas, cuja única falha é não se integrar à vontade do regime chinês. As acusações são muitas vezes espúrias e construídas e desprovidas de pressupostos legais, nem mesmo os da lei chinesa. Essa luta em Pequim contra os uigures já se arrasta há algum tempo e visa eliminar a cultura muçulmana chinesa, interpretada como uma alternativa aos objetivos do Partido Comunista e da nação chinesa. Pequim justifica as prisões onde os uigures estão presos, como centros de formação profissional, onde o trabalho forçado de pessoas encarceradas é explorado gratuitamente para produções destinadas também ao mercado ocidental. Oficialmente, a China afirma que a maioria dessas instalações mudou de destino ou até foi fechada, mas, segundo várias ONGs estrangeiras, elas ainda cumprem sua função original de prisões para reprogramar o povo uigur. A afirmação do presidente chinês sobre esta situação, mesmo Xinjiang, a terra dos uigures, não foi mencionada é que o desenvolvimento dos direitos humanos na China está de acordo com as condições nacionais. Essa afirmação implica um relativismo para o uso e consumo próprio da China, em relação a um assunto que não deve permitir exceções, pelo menos nos padrões mínimos básicos relativos às liberdades pessoais, direitos civis e liberdade de exercício de ideias políticas e religiosas. Obviamente a China é uma ditadura autoritária e não pode permitir tais liberdades, justamente porque ameaçam a própria base do poder do país; antes, o que deve ser entendido como condições nacionais é a liberdade de produzir e consumir, sempre respeitando o que o Estado deseja; tudo isso traz de volta a importância da subsistência e do desenvolvimento como os únicos direitos efetivos concedidos pelo Partido Comunista. Ir além dessa visão significaria, de fato, chegar a consequências desastrosas para o sistema estatal chinês: replicar modelos de outros países é visto como uma ameaça à ordem estabelecida. Ora estas declarações não representam nada de novo, sabe-se do fracasso e consideração funcional do governo chinês pelo respeito aos direitos civis, porém após a trágica e atual experiência ucraniana, as relações com um Estado, que apesar de ser uma superpotência econômica, deve ser revisto por parte dos países ocidentais; Além disso, a aproximação progressiva de Pequim a Moscou, apesar da agressão em Kiev em violação aberta de todas as regras do direito internacional, poderia favorecer um maior aperto do Kremlin, precisamente no estabelecimento de métodos repressivos chineses ligados à possível declaração de guerra lei. Criar-se-iam as precondições, já muito próximas, de dois Estados, onde os direitos civis são fortemente negligenciados, capazes de se apoiar mutuamente e estender essa contiguidade a razões de ordem internacional. A questão de Taiwan já foi comparada pela semelhança com as reivindicações russas sobre a Crimeia e os territórios ucranianos na fronteira com Moscou. Para a China e a Rússia, a legitimidade do conflito contra o Ocidente assumirá o sentido de justificar a negação das democracias, não apenas como tais, mas também como portadoras do respeito aos direitos civis e políticos, que representam os obstáculos para a legitimação da formas de Estado autoritário. A única alternativa para o Ocidente é criar maior autonomia industrial e energética no longo prazo e defender imediatamente o conceito democrático de respeito aos direitos civis e às leis internacionais, com uma defesa mais concreta da Ucrânia e com compromisso concreto. que impedem a exportação de grãos e promovem a fome no mundo. Isso pode tornar possível aumentar um prestígio um tanto comprometido para as nações ocidentais, especialmente os países africanos, e removê-los da influência russa e chinesa, a fim de isolar progressivamente Moscou e Pequim.

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